Apesar das diferenças entre os historiadores da arte, que divergem sobre os elementos que incidem mais diretamente sobre a criação artística, há um procedimento recorrente no trabalho deles, o de buscar na própria história da arte a compreensão de uma determinada obra. O que isso quer dizer? Isso quer dizer que os historiadores da arte não se limitam ao “contexto” no qual uma obra foi produzida, mas analisam como uma determinada “cultura visual” é relida pelos artistas. Vejamos um exemplo. Reparem nos personagens "prostrados" das imagens a seguir:
Félix Parra - Fray Bartolomé de las Casas (1875).
Detalhe do quadro.
Triunfo de Marcus Aurelius - 176-80 a. C.
Agora, observem as semelhanças na representação do suplício de Cuauhtémoc, o último imperador asteca, nas duas obras a seguir:
Gabriel Guerra - El Suplicio de Cuauhtémoc (1887).
Leandro Izaguirre - El Suplicio de Cuauhtémoc (1892).
Daí a importância de se ter uma "cultura visual" ampla para fazer essas relações entre as obras.
Prof. Paulo Renato da Silva.